quinta-feira, 29 de março de 2012

Degradação ambiental (6): ALERTA, a vegetação, a fauna, o solo, o subsolo e a água continuam sendo degradados pelo sergipano, que já está se tornou vítima de seus próprios procedimentos.

Em Aracaju, o manguezal vem sendo degradado, desde a “construção” da cidade em 1855, sem direito a trégua. Atualmente, a morte das árvores do manguezal da Praia Treze de Julho ganhou ritmo acelerado, o que é compatível com o desejo de muitos "cidadãos" inconscientes de especular sobre aquele recurso natural.


Mangue morto na Praia Treze de Julho. (Março, 2012).
Dentro do bosque, o solo encontra-se coberto com detritos que chegam pelos canais pluviais, além do lixo continuamente depositado. Árvores irremediavelmente secas, denunciam prováveis causas que vão além do simples esgoto doméstico. Substâncias tóxicas provenientes de várias fontes podem ser a causa. Diversos agentes provocam mortandade do manguezal: óleos lubrificantes, desengraxantes, óleo de cozinha, dentre outros.


Solo do bosque de mangue na Treze de Julho.


Esgotos "in natura" continuam promovendo grande desconforto ambiental, criando uma atmosfera irrespirável em toda a capital. O odor fétido de esgotos se espalha por todos os bairros de Aracaju, notadamente no "Jardins". Esgotos são lançados de forma absurda em um lago de água doce que fica no Parque da Sementeira.

O "Esgoto dos Cisnes" uma peça de péssimo gosto!
Lixo e aterro podem ser observados ao longo dos manguezais situados em outras partes, como no bairro Inácio Barbosa. Na região da "Prainha", na Atalaia, a carga de esgotos é imensa!

Lixo e aterro no Inácio Barbosa.


Esgotos volumosos que desaguam no mangue da "Prainha", Atalaia.

A atmosfera vem sendo  agredida continuamente, não só pela queima de combustíveis fósseis, mas também pelas queimadas dos canaviais, florestas, restingas, lagoas costeiras, e do lixo, de vários tipos. O sergipano tem mania de tocar fogo até como diversão. Lamentável!

Lixo de oficinas mecânicas sendo incinerado no fundo da ADEMA! 28/03/2012.

Lagos costeiras sendo incendiadas, na região do Mosqueiro. (26/03/2012).

Lixo incinerado em ponto turístico: Praia do Saco, Estância. A vegetação seca durante o verão é alvo de vandalismo, como pode ser verificado na foto seguinte. Acontece em todo estado! Uma vergonha!
Lixeira na Praia do Saco, Estância.

Mata de restinga, continuamente incendiada! Caueira, março 2012.

O mais interessante é o seguinte:
"O Pelotão Ambiental é uma subunidade da Polícia Militar de Sergipe que atua na proteção do meio ambiente, com o fito de mantê-lo ecologicamente equilibrado, por meio da preservação do bioma Mata Atlântica, manguezais, vegetação de restinga, caatinga, fauna, flora e recursos hídricos e minerais. O crime flagrado está tipificado no Artigo 38-A, da Lei 9.605/98 (Lei de crimes ambientais)."
O que impede esta subunidade da Polícia Militar de Sergipe de coibir tais abusos?

POSTAGEM EM CONSTRUÇÃO!


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Degradação ambiental (5): ALERTA, áreas importantes de manguezal estão correndo o risco de serem dizimadas.

Além dos ESGOTOS "in natura" o LIXO está também dizimando os manguezais na 'Capital da Qualidade de Vida'. Grande quantidade de lixo pode ser observada em toda extensão dos bosques de mangue que rodeiam as regiões costeiras e estuarinas da Grande Aracaju. Em algumas áreas, na zona de maior especulação imobiliária (Treze de Julho, Jardins), o lixo foi recentemente coletado. Apesar disso, a população continua a repetir esta prática danosa. 


Lixo depositado pela população, na orlinha do Bairro Industrial (04/02/2012).
Soma-se aos esgotos “in natura” e ao lixo, a ocupação desordenada de áreas de manguezal importantes, como no Rio Poxim. Casas, barracos e outras edificações, contribuem com mais esgoto, lixo e aterros!

Rio Poxim, no Distrito Industrial, sendo assoreado por restos de construção e muito lixo.
O manguezal já foi aniquilado em muitos trechos desse canal.

Aterro em área de manguezal constitui alto impacto ambiental, portanto, CRIME com pena prevista em Lei. O impacto é provocado pelo ‘cidadão’ à partir de atividades distintas com o objetivo de satisfazer necessidades individuais ou coletivas da sociedade, modificando o meio ambiente.

Zona de expansão imobiliária, no Santa Lúcia.

Importância do manguezal no equilíbrio ambiental: além de proteger a costa, esta formação fitogeográfica funciona como regulador climático e verdadeiro filtro de poluentes. Esses atributos tornam essencial a sua preservação diante do processo de urbanização que se acelera (1).
O manguezal é grande exportador de matéria orgânica para o estuário, contribuindo para produtividade primária na zona costeira. Peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e econômico. Produzem mais de 95% do alimento que o homem captura do mar; sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras que vivem em seu entorno. A vegetação de mangue serve para fixar as terras, impedindo assim a erosão e ao mesmo tempo estabilizando a costa. As raízes funcionam como filtros na retenção dos sedimentos (1)
Os principais fatores que causam alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas do manguezal: aterro e desmatamento; queimadas; deposição de lixo e esgoto; lançamentos de efluentes industriais; dragagens;  construções de marinas e também a pesca predatória!

     Esgotos de vários tipos estão sendo lançados em canais pluviais que adentram o manguezal.
                                                                     Mangue da Prainha, Atalaia.  

COMEÇANDO ERRADO! "O quadrado de Pirro".
Em Aracaju, o manguezal vem sendo degradado desde a “construção” da cidade, em 1855. Na época, foram ignoradas as características ambientais da planície estuarina em que se situa (1).
Ignácio Barbosa convidou o Engenheiro Sebastião José Basílio Pirro para elaborar o plano urbanístico da cidade. O “quadrado de Pirro”, como ficou conhecido, ocupou uma área recoberta por terrenos alagadiços e manguezais, às margens dos riachos Aracaju, Olaria e Caborge, extintos afluentes do rio Sergipe. Desde então, o crescimento urbano de Aracaju, deu-se através de cortes e aterros generalizados do manguezal, desconsiderando qualquer valor ambiental que essa formação fitogeográfica pudesse representar (1),(2).

URGENTE, precisamos educar os cidadãos para que se tornem seres humanos menos materialistas e mais apegados aos valores morais estando, entre eles, a consciência ecológica. 



Referências: 

(1) ANDRÉ VINICIUS OLIVEIRA DE LIMA Degradação dos manguezais do município de Aracaju em decorrência da urbanização - Anais XVI Encontro Nacional de Geógrafos. Porto Alegre 2010.

(2) PORTO, F.F. A cidade de Aracaju 1855-1865: Ensaio de evolução urbana. 2ª Ed.
Aracaju: Governo de Sergipe/FUNDESC, 1991









sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Degradação ambiental (4): ALERTA, áreas importantes de manguezal estão correndo o risco de serem dizimadas.


Esgotos "in natura" estão matando o manguezal na Praia Treze de Julho. Além disso, promovem grande desconforto ambiental, criando uma atmosfera irrespirável com prováveis impactos à saúde. 

Mais grave ainda (segundo informações seguras!), existe um desejo incontido de alguns residentes de prédios de luxo na "Treze", aqueles que ficam em andares mais baixos, de  aniquilar o manguezal naquela região. A razão: as árvores do mangue estão impedindo estes "cidadãos" de avistarem as praias! 
Definitivamente: o ar poluído da "Treze" está contaminando os cérebros das pessoas!

MANGUE SECO, por causa da péssima qualidade dos efluentes carregados de esgotos.

No mínimo indecente, para não falarmos de egoísmo, ignorância, inconsequência, etc.
Barreira de edifícios na "Treze", local onde as árvores do manguezal impedem que os donos de apartamentos de luxo possam observar o oceano das suas varandas! (click na imagem para ampliar)

ESTAMOS EM ESTADO DE ALERTA. Vamos ficar atentos às providências que deverão ser tomadas pelo  Poder Público para coibir tais abusos.  O manguezal está secando em toda sua extensão, como pode ser visto na foto abaixo. 
Será mesmo resultante, exclusivamente, das substâncias tóxicas do esgoto?

Manguezal da Treze de Julho, secando em toda sua extensão.


Já aconteceu antes, na Coroa do Meio, quando o manguezal secou da noite para o dia!  Os manguezais são muito mais importantes para  o oceano global do que anteriormente previsto. As árvores de manguezal, cujas raízes pneumatóforos protegem as zonas úmidas costeiras, formam um importante habitat, berçário para inúmeras espécies de peixes, crustáceos, mamíferos, aves e insetos. Cobrem menos de 0,1% da superfície terrestre, e mesmo assim são responsáveis por 1/10 do carbono orgânico dissolvido (COD) que flui da terra para o mar. Pesquisas sobre a saída de carbono do manguezal no Brasil sugerem que esta é uma das principais fontes de matéria orgânica dissolvida no oceano.

Não vamos permitir que atitudes ignorantes e egoístas contribuam ainda mais com o caos ambiental em Sergipe.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Degradação ambiental (3): áreas litorâneas importantes estão sendo ocupadas de forma inadequada, causando prejuízos à Flora e Fauna.

Os processos de degradação ambiental existentes já causam efeitos danosos no equilíbrio dos ecossistemas costeiros de Sergipe: redução ou destruição de habitats, afugentamento da fauna, morte de espécimes da fauna e da flora terrestres e aquáticas, com provável interrupção de corredores de fluxos gênicos e de movimentação da biota. 

MANGUE SECO: esgoto sem tratamento está matando o mangue na capital da qualidade de vida!
Foto: Praia Treze de Julho.
Resultados obtidos em 2008 por Almeida e Barbieri (1) indicam que o manguezal da 13 de julho constitui um importante ecossistema para avifauna local e serve como sítio de passagem e de invernada para aves migrantes. Estes achados demonstram que a costa do Estado de Sergipe é uma importante região utilizada como ponto de parada e forrageio para algumas espécies (1)

Ainda, de acordo com os pesquisadores "a avifauna observada demonstra uma grande dependência a esse ambiente". Garças, socós, os maçaricos e batuíras foram as principais aves observadas, destacando-se o guará, Eudocimus ruber. Um único representante do guará foi observado, constituindo um acontecimento muito importante, considerando-se que esta espécie está na lista dos animais ameaçados de extinção do IBAMA (1).

Esgotos "in natura" podem gerar, além do desconforto ambiental, impactos à saúde causados pela poluição do ar, da água e do solo. A desfiguração da paisagem é outro aspecto provocado pelo avanço descontrolado de projetos imobiliários. A qualidade das águas dos rios e das regiões estuarinas estão sendo prejudicadas em razão da turbidez provocada pelos sedimentos em suspensão, assim como pela poluição causada por substâncias lixiviadas e carreadas nos canais pluviais, tais como óleos, graxa, metais pesados, contaminando inclusive as águas subterrâneas.

Esgotos provenientes de diversas fontes (casas, prédios, empreendimentos comerciais, postos de lavagem e bastecimento de veículos, etc.) sendo carreados pelos canais pluviais do bairro Jardins.


Muitas áreas do litoral sergipano já foram alteradas, com modificações permanentes das condições primárias dos ecossistemas (2). A praia da Atalaia vem sendo continuamente modificada, e as espécies de aves encontradas nesta localidade já não são apenas aves estritamente associadas ao ecossistema de praia (2).

O aumento na população de caracarás (Caracara plancus) parece ser um exemplo de desequilíbrio ambiental. "A comprovação de que esses indivíduos estão se alimentando dos restos de comida e do lixo deixados na praia demonstra que a atitude humana vem sendo uma das causas, e está contribuindo para a permanência e, consequentemente expansão populacional desta espécie" (3). A presença desta ave pode ocasionar vários problemas, desde interferência ecológica, como predação sobre outras espécies (inclusive maçaricos), até no âmbito de segurança do tráfego aéreo, já que a praia fica a menos de 4 km do Aeroporto Internacional de Aracaju (2).

Praia Treze de Julho: esgotos e lixo - Caracarás.

Muito importante: através de análises e comparações com estudos anteriores, os resultados parecem indicar um declínio na média global das aves limícolas na praia da Atalaia ao longo dos anos (2). "Esse declínio pode ser resultante do aumento das pressões ambientais e humanas, ou podem ser uma oscilação natural na distribuição das espécies ao longo das rotas migratórias. O número de aves pode não estar diminuindo, mas possivelmente o tempo de permanência e uso das aves na praia da Atalaia pode estar sendo afetado" (2)
"As atividades recreativas, principalmente durante as festividades de final de ano e carnaval, podem aumentar os efeitos negativos, justamente no período crítico, das migrações" (2).

Lixo acumulado nas margens do Rio do Sal.



Além das perdas estéticas, o lixo pode trazer sérios prejuízos ao ambiente marinho: favorece o desenvolvimento de microrganismos (fungos, bactérias, vírus, etc.) causadores de doenças como micoses, hepatite e tétano. Acúmulos de lixo abrigam vetores de doenças, como moscas, baratas e ratos. No caso da fauna marinha, o lixo causa diversos transtornos: garrafas e outros recipientes podem aprisionar pequenos animais; plástico e isopor são confundidos com alimento e ingeridos  inadvertidamente por peixes, aves, répteis e mamíferos, que geralmente morrem por obstrução do aparelho digestivo, na maioria dos casos. 





ESTA POSTAGEM ESTÁ EM CONSTRUÇÃO: COMPLEMENTOS SERÃO ADICIONADOS.
























(1) Almeida, B. J. M. & Barbieri, E. Biodiversidade das aves do manguezal da 13 de julho em Aracaju, Sergipe. O Mundo da Saúde, São Paulo, v. 32, n. 3, p. 317-328, 2008.
(2) Bruno Jackson Melo de Almeida, 2010. AS AVES LIMÍCOLAS MIGRATÓRIAS NAS PRAIAS DE ARACAJU: AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA ANTRÓPICA E CONTRIBUIÇÃO PARA AÇÕES DE DESENVOLVIMENTO COSTEIRO Dissertação de Mestrado apresentada ao Núcleo de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal de Sergipe
(3) Almeida, B. J. M. de; Souza, A. G.; Aguilar, J. M. R. E. & Ferrari, S. F. Abundância
comparativa dos registros do caracará (Caracara plancus Miller 1777) feitos nos
períodos de 2004-2005 e de 2008 a junho de 2009, na praia da Atalaia, Aracaju-Sergipe.
In: III Congresso Latino Americano de Ecologia, São Lourenço, MG, 2009. Anais do III
Congresso Latino Americano de Ecologia. p. 1-3.