sábado, 4 de fevereiro de 2012

Degradação ambiental (5): ALERTA, áreas importantes de manguezal estão correndo o risco de serem dizimadas.

Além dos ESGOTOS "in natura" o LIXO está também dizimando os manguezais na 'Capital da Qualidade de Vida'. Grande quantidade de lixo pode ser observada em toda extensão dos bosques de mangue que rodeiam as regiões costeiras e estuarinas da Grande Aracaju. Em algumas áreas, na zona de maior especulação imobiliária (Treze de Julho, Jardins), o lixo foi recentemente coletado. Apesar disso, a população continua a repetir esta prática danosa. 


Lixo depositado pela população, na orlinha do Bairro Industrial (04/02/2012).
Soma-se aos esgotos “in natura” e ao lixo, a ocupação desordenada de áreas de manguezal importantes, como no Rio Poxim. Casas, barracos e outras edificações, contribuem com mais esgoto, lixo e aterros!

Rio Poxim, no Distrito Industrial, sendo assoreado por restos de construção e muito lixo.
O manguezal já foi aniquilado em muitos trechos desse canal.

Aterro em área de manguezal constitui alto impacto ambiental, portanto, CRIME com pena prevista em Lei. O impacto é provocado pelo ‘cidadão’ à partir de atividades distintas com o objetivo de satisfazer necessidades individuais ou coletivas da sociedade, modificando o meio ambiente.

Zona de expansão imobiliária, no Santa Lúcia.

Importância do manguezal no equilíbrio ambiental: além de proteger a costa, esta formação fitogeográfica funciona como regulador climático e verdadeiro filtro de poluentes. Esses atributos tornam essencial a sua preservação diante do processo de urbanização que se acelera (1).
O manguezal é grande exportador de matéria orgânica para o estuário, contribuindo para produtividade primária na zona costeira. Peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro e abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e econômico. Produzem mais de 95% do alimento que o homem captura do mar; sua manutenção é vital para a subsistência das comunidades pesqueiras que vivem em seu entorno. A vegetação de mangue serve para fixar as terras, impedindo assim a erosão e ao mesmo tempo estabilizando a costa. As raízes funcionam como filtros na retenção dos sedimentos (1)
Os principais fatores que causam alterações nas propriedades físicas, químicas e biológicas do manguezal: aterro e desmatamento; queimadas; deposição de lixo e esgoto; lançamentos de efluentes industriais; dragagens;  construções de marinas e também a pesca predatória!

     Esgotos de vários tipos estão sendo lançados em canais pluviais que adentram o manguezal.
                                                                     Mangue da Prainha, Atalaia.  

COMEÇANDO ERRADO! "O quadrado de Pirro".
Em Aracaju, o manguezal vem sendo degradado desde a “construção” da cidade, em 1855. Na época, foram ignoradas as características ambientais da planície estuarina em que se situa (1).
Ignácio Barbosa convidou o Engenheiro Sebastião José Basílio Pirro para elaborar o plano urbanístico da cidade. O “quadrado de Pirro”, como ficou conhecido, ocupou uma área recoberta por terrenos alagadiços e manguezais, às margens dos riachos Aracaju, Olaria e Caborge, extintos afluentes do rio Sergipe. Desde então, o crescimento urbano de Aracaju, deu-se através de cortes e aterros generalizados do manguezal, desconsiderando qualquer valor ambiental que essa formação fitogeográfica pudesse representar (1),(2).

URGENTE, precisamos educar os cidadãos para que se tornem seres humanos menos materialistas e mais apegados aos valores morais estando, entre eles, a consciência ecológica. 



Referências: 

(1) ANDRÉ VINICIUS OLIVEIRA DE LIMA Degradação dos manguezais do município de Aracaju em decorrência da urbanização - Anais XVI Encontro Nacional de Geógrafos. Porto Alegre 2010.

(2) PORTO, F.F. A cidade de Aracaju 1855-1865: Ensaio de evolução urbana. 2ª Ed.
Aracaju: Governo de Sergipe/FUNDESC, 1991